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Pilates: Aprenda a respirar bem!

Um padrão respiratório bem ancorado é a base para quem pratica meditação, ioga, canto, dança, teatro, esportes e também o Pilates. A respiração é vital para que o corpo realize as trocas gasosas com o meio ambiente, nutrindo as células - órgãos - tecidos, eliminando o gás carbônico proveniente do metabolismo e é de extrema importância para o equilíbrio psicomotor e emocional.

A boa respiração é fundamental para que o corpo de mantenha alinhado, assim como um corpo bem alinhado promove um bom funcionamento da caixa torácica e músculo diafragma nas incursões respiratórias. 

Para entender o respiração, é preciso ter uma clareza mínima sobre duas estruturas importantíssimas, que são os pulmões, órgãos responsáveis por captar o oxigênio e excretar o gás carbônico, e o diafragma, músculo localizado logo abaixo deles, que separa o tórax do abdome e promove os movimentos respiratórios. O diafragma está interligado com as costelas e as vértebras e o seu mau funcionamento fatalmente comprometerá a postura, em um processo lento e gradual.

Quando a respiração vira um ato apressado e superficial também surgem muitos problemas de saúde - físicos e emocionais, que podem se manifestar através de ansiedade, estresse, dificuldade de concentração, desequilíbrios de força e flexibilidade e até deformidades no tórax. Da mesma forma, quando se descuida da postura ou se adquirem vícios motores, a respiração pode consequentemente ser afetada.

O Pilates ajuda no funcionamento do corpo e na relação respiração-movimento sempre em busca do seu equilíbrio.


Texto adaptado de: "De peito aberto" - Ângela Arraya (Revista Oficial Pilates - ano 1; n.5).

Fta. Flávia Prado

Avaliação Postural

Postura é definida como a posição que nosso corpo adota no espaço, assim como a relação entre as suas partes e o centro de gravidade. Por isso que se diz que para ter uma boa postura é necessário o equilíbrio do sistema musculoesquelético (músculos e ossos).

A postura é algo individual e cada indivíduo sofre diversas influencias do meio ao longo dos anos . Alguns fatores que influenciam na postura são: anomalias congênitas (o indivíduo nasce com a alteração), ou adquiridas, má postura no dia a dia (ex.: sentar sobre o sacro; curvar a coluna para frente – comum em adolescentes que ficam muito tempo em frente ao computador, etc), obesidade, alimentação inadequada (a falta de alguns nutrientes, principalmente na infância, favorece uma má formação dos ossos), atividades físicas sem orientação ou inadequada,  distúrbios respiratórios (esse distúrbio gera alterações na musculatura respiratória que, por sua vez,  alteram a estrutura óssea), desequilíbrios musculares (ex.: distúrbios neurológicos),  frouxidão ligamentar e doenças psicossomáticas.

A boa postura é aquelas que melhor ajusta nosso sistema musculoesquelético, equilibrando e distribuindo todo o esforço de nossas atividades diárias, favorecendo a menor sobrecarga em cada uma das partes.

A avaliação postural é de extrema importância para mensurar os desequilíbrios e adequarmos a melhor postura de cada indivíduo, possibilitando a reestruturação completa das cadeias musculares e seus posicionamentos no movimento e na estática. A partir deste procedimento, estaremos promovendo a prevenção de muitos males causados inicialmente pela má postura.

Coluna neutra e "core"

Durante décadas, a expressão “encaixa o quadril” foi uma das campeãs de audiência nas aulas de ginástica, musculação ou mesmo no ambiente de educação física. A intenção era muito boa: promover no aluno uma retificação da lordose lombar com a intenção de garantir que os próximos movimentos executados ocorressem sem gerar sobrecarga na mesma região.
Apesar do seu nobre objetivo, a expressão foi posta em xeque. Para os profissionais mais antenados com as pesquisas científicas atuais – especialmente as realizadas pelos australianos, entre eles o Dr. Paul Hodges e sua equipe da Universidade de Queensland – o termo vem, gradualmente, sendo substituído pela expressão “mantenha a coluna neutra”.
Coluna neutra é a coluna vertebral com suas curvas fisiológicas preservadas: lordose lombar, cifose torácica e lordose cervical. A manutenção das curvas irá garantir o mesmo objetivo que se buscava com a retificação: prevenir sobrecargas e possíveis lesões na região lombar, otimizando a absorção de choques. A ideia é que a preservação das curvas garanta que a coluna aja como uma mola, dissipando as forças de compressão.
É importante destacar que, diante de sobrecargas, alavancas de braços e pernas que se afastam do tronco, com ou sem elementos extras – sejam eles halteres, sacolas de compras, filhos – é preciso uma boa organização de movimento para preservar a coluna neutra.
Alcançar essa organização requer a combinação de duas classes de músculos: os denominados locais (menores, mais próximos aos ossos e que garantem o bom funcionamento das articulações por meio de sua estabilização) e dos globais (os maiores e mais superficiais, designados para tarefas também maiores). O ideal seria que começássemos os movimentos pelos músculos locais, estabilizadores e, que, conforme o aumento da sobrecarga, fôssemos colocando em cena a ativação dos músculos grandes, os chamados globais. Resumindo: músculos pequenos para tarefas pequenas – andar, ficar sentado, escrever, digitar, ficar em pé, dirigir – e músculos grandes para tarefas igualmente mais desafiadoras – subir escadas, carregar sacolas, carregar filhos e netos, etc.
Garantir a correta orquestração dessa sinfonia de músculos requer o treinamento do controle motor. Segundo o Dr. Paul Hodges, “a utilização adequada dos músculos profundos do tronco para o controle dinâmico da estabilidade da coluna lombar e pélvica protege a coluna contra a lesão e a dor”.
De maneira geral, a musculatura mais eficaz na estabilização da coluna lombar neutra é conhecida como core e está presente em treinamentos funcionais, algumas formas de ioga, eutonia, core training e, em especial, o pilates.
O core é composto basicamente pelo assoalho ou diafragma pélvico abaixo (forra a pelve e dá sustentação aos órgãos pélvicos e abdominais), o diafragma respiratório acima, a musculatura abdominal, especialmente o transverso do abdome ao redor do tronco se fixando na fáscia tóracolombar atrás e nas costelas e pelve à frente, e os paravertebrais – especialmente os mutífidos – conectando as vértebras entre si, dando sustentação e capacidade de espaçamento entre elas.
Vale destacar que a ativação do assoalho pélvico produz uma imediata cocontração dos multífidos e do transverso, de forma que a ativação do core faz o tronco atuar como um cilindro de força.
Texto: extraído integralmente do Guia de Pilates, ano 2, nº2, elaborado pela educadora física Silvia Gomes.