Exercício físico x Câncer

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer é definido como conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum um crescimento desordenado (maligno) de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para diversas outras regiões do corpo, ou seja, metástases.

Diversos são os fatores de risco para se adquirir o câncer – os de natureza ambiental (tabagismo, ambientes ocupacionais, maus hábitos alimentares, alcoolismo, medicamentos, radiação solar, etc), correspondendo cerca de 80% dos casos. E os fatores de herança familiar e étnicos, que não podem afastar a possibilidade de terem sido expostos aos mesmos fatores de risco ambientais. Segundo a OPS (Organização Pan Americana de Saúde), um terço dos casos de câncer pode ser prevenido por se tratar de causa ambiental.

Há mais de 70 anos são feitas pesquisas relacionadas ao câncer x atividade física e o exercício como uma alternativa ao tratamento, que muitas vezes é agressivo e deletério. Porém ainda não foi possível determinar a dose exata que ofereça os melhores benefícios para essa população. Recomenda-se evitar atividades de alta intensidade, pois esse nível de atividade, muitas vezes, provoca efeitos catabólitos (deletérios) mesmo em indivíduos que não possuem a doença.

Diversas pesquisas detectaram que o sedentarismo e consequentemente a obesidade são causas de diversos tipos de câncer, pois tornam o organismo mais lento, inibindo o funcionamento de órgãos imunes, além de liberarem insulina em excesso – que é um promotor de neoplasia. O exercício físico pode atuar tanto na prevenção da obesidade em indivíduos que possuem o câncer, como na melhora do quadro de fadiga provocado pelo tratamento – pós-cirúrgico, quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia e imunoterapia.

Ao contrário do que se preconiza – repouso e redução de atividades de vida diária em indivíduos com fadiga pós-tratamento de câncer, o ideal é a prática de atividade física moderada e controlada, para que não haja uma perda acentuada de massa muscular, agravando o quadro catabólico.
A atividade física regular pode ativar o sistema imune de forma semelhante a uma infecção leve, aprimorando o sistema de defesa, o que reduz o risco de câncer e sua evolução.

Em um estudo realizado em 2003, os efeitos protetores contra o câncer de mama em mulheres foram evidenciados naquelas que realizavam atividade física há pelo menos 20 anos ou em mulheres pós-menopausa que foram ativas durante toda a vida.

O Pilates traz diversos benefícios para indivíduos em tratamento, pois além de poder se encaixar em uma modalidade de exercício físico moderado, ideal para esta população, ainda trabalha com a concentração e o relaxamento. Estes aspectos são fundamentais para a prevenção de quadros de depressão e ansiedade, evitando assim influencias emocionais negativas no funcionamento do sistema imunológico.

Portanto, atividade física é um valioso meio de se prevenir, dentre outras doenças, o câncer, melhorar a autoestima e sobrevida dos pacientes em tratamento além de ser um coadjuvante à terapia tradicional, desde que realizada de forma controlada e com profissionais qualificados para realizar o acompanhamento.

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